quarta-feira, 19 de maio de 2010

Ao ser que me acompanha.


Eu poderia dedicar esse pequeno tempo para falar de muitas coisas, mas reservo-me o direito de dizer um pouco sobre o que tem me inquietado nos últimos tempos.
Não sei há quanto tempo e muito menos a quantidade de vezes dos meus quase 24 anos (é... semana que vem completarei tal idade) me permitiram ter um contato direto com aquele ser superior que me deu esse negócio chamado Vida.
Talvez com os meus 10 anos de idade já estava ajoelhada no chão pedindo com tanta fé ajuda de algo para que diminuísse a dor de alguém que amo muito e aquele era um momento tão meu que as minhas palavras e lágrimas iam se dissolvendo com a paz que sentia e a certeza de que estavam me ouvindo.
Passam-se os anos e sinto falta da ligação direta que tinha com aquilo.
O mundo é tão louco que tudo parece superficial demais. Ninguém se pergunta como foi colocado nessa situação? Ninguém se pergunta para onde se vai depois daqui? Ninguém se pergunta se tudo acaba como barro e pó? Talvez a única esquizofrênica seja eu ou encontro-me felizmente acompanhada de milhares que estão nessa busca para ir um pouco além daquilo que é possível se enxergar.
Não estou falando aqui de religiões. Falo de algo maior, algo que transcende essa frágil tentativa de nos ligar a algo. Eu falo de Deus, do Criador, De Allah... do que você queira chamar, pois aqui tudo que menos importa é o nome. Também não me meterei na forma que você tem buscado isso, mas estarei contente se você me contar que chegou a algum lugar, um bom lugar, de resto tudo será aprendizagem.
E as minhas palavras hoje são dedicadas para aquele ser que me ouviu há alguns anos atrás e que mesmo com todos os motivos para agir diferente continua comigo quando, já grande, me ajoelho igual criança implorando por uma pequena luz ou uma pequena quantidade de paz.
Não sei teu nome, muito menos da onde nós nos conhecemos, só quero passar um pouco da nossa história para aqueles que distante estão.
No mais, só posso dizer que de concreto o que existe é a fé.

domingo, 2 de maio de 2010

Há pássaros em mim.


Exaustivamente me pego concertando-me, reajustando-me, emoldurando-me.
Concedo-me o direito de ser humanamente humana.
Esqueci que posso errar e transcender com tal erro.
E foi entre uma conduta acertada e outra que ela chegou, puxou a cadeira, sorriu e sentou. Chegou a uma boa hora.
“Desce daí, Mariana. Não vê que já é tarde?”
Mais uma vez aquela voz de fundo controlando, manipulando exercendo a força que não vem de mim.
E se eu apenas enlouquecesse? Saísse dali e fosse a qualquer canto em que a minha liberdade me alcançasse?
E a loucura é apenas uma parte presa e oculta que sempre existiu em mim.
Eu dei um sorriso de volta e a convidei para uma corrida. 
Deixei para trás inúmeros pares de olhos indignados.
De certo, agora, a loucura me pertence e eu pertenço a ela.