domingo, 2 de maio de 2010

Há pássaros em mim.


Exaustivamente me pego concertando-me, reajustando-me, emoldurando-me.
Concedo-me o direito de ser humanamente humana.
Esqueci que posso errar e transcender com tal erro.
E foi entre uma conduta acertada e outra que ela chegou, puxou a cadeira, sorriu e sentou. Chegou a uma boa hora.
“Desce daí, Mariana. Não vê que já é tarde?”
Mais uma vez aquela voz de fundo controlando, manipulando exercendo a força que não vem de mim.
E se eu apenas enlouquecesse? Saísse dali e fosse a qualquer canto em que a minha liberdade me alcançasse?
E a loucura é apenas uma parte presa e oculta que sempre existiu em mim.
Eu dei um sorriso de volta e a convidei para uma corrida. 
Deixei para trás inúmeros pares de olhos indignados.
De certo, agora, a loucura me pertence e eu pertenço a ela.

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